
ENGASGADAS: UM ENSAIO PARA REGURGITAR O MUNDO
São Paulo [SP]
é preciso soltar esse amargo
Sobre o desempenho
Algo nos perturba, nossos corpos de certa forma são confinados e destinados ao estereótipo de corpo doente, corpo sem tônus, sem pulso. A exposição do medo que maltrata o outro e ridiculariza as proporções obesas de um corpo potente só tem aumentado durante a quarentena devido a Pandemia do Covid 19. Um nó vem se formando, o corpo sente o desconforto e precisa falar, dançar se movimentar. Gorda lembrança de um corpo tomado pela infância, onde as lembranças da terra nos levam a plantar no sagrado um couro negro, gordura nossa de cada dia, a flacidez do meu encantar de dedos, e assim vemos na terra o desejo do nós e a verdade do vento. Cuidar desses corpos se faz necessário, escutar esses corpos e urgente. Nós mulheres pretas e gordas não aceitamos mais engolir esse mundo indigesto, é preciso soltar esse amargo. O ENGASGO é inevitável e a partir daí REGURGITAR para sobreviver e fazer pulsar essa potência para o mundo. Então convocamos nossa ancestralidade...pelas espadas de Ogum que me cortam eu me fortaleço em meio a divisão de saberes eu me ergo perante a vontade vulgar de permanecer quieta e só. Lentamente eu transito entre um ladrilho, quase quebrado de emoções só minhas, me refaço.
créditos
Concepção: Gal Martins e Dina Maia
Direção Coreográfica e Intérpretes Criadoras: Rosângela Alves e Gal Martins
Trilha Sonora: Dani Lova
Fotografia e Operação de Câmera: Lua Santana
Produção: Dani Lova
AGENDA
11 OUT - 18h00
Praça da Conceição/Marco Zero
Caruaru
NA MÍDIA
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